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Você sabe como nasce uma coleção?

Não é fácil quando as equipes de estilo se reúnem a cada estação, e a busca por um tema gira em torno de muita discussão e opiniões. É natural que muitas ótimas ideias no meio desse processo sejam descartadas em nome do mercado. Mas um tema, na moda, é essencial! É a partir dele que a coleção toda ganha coesão e se une na mesma linguagem. Aqui na poupee não foi diferente e, por isso, eu resolvi contar por aqui como tudo aconteceu na criação do nosso inverno 16. Primeiro, todo estilista tem suas fontes de pesquisas (já passei algumas por aqui: http://www.poupeeshop.com/#!Já-sabe-quais-são-as-cores-deste-ano/e0grv/56d054be0cf2f9aefdc51c1c) e suas apostas a cada temporada.

É por elas que conseguimos perceber as evidências que vem se destacando ao longo dos anos.Na minha opinião, o diferencial de estilo e assinatura do estilista já começam por aí, pela chamada percepção.

Esse "olhar" para o trabalho é muito subjetivo, mas quando focado no público especifíco pode atender a um nicho de total sucesso. Basta ter sua autenticidade e o conceito bem definido do que a marca quer passar. Com todas essas pesquisas e apostas, não é novidade que os anos 70 vêm aparecendo e chamando a atenção com os mais diferentes shapes possíveis. A época também é lembrada pela delicadeza dos tecidos florais, aventais, roupas com motivos decorativos e estampados de frutas, roupas feitas em casa e rendas feitas a máquina pelas avós... e foi aí que eu me inspirei. Essa prática começou lá no Reino Unido, e depois de muita cortina virar vestido e muita toalha de mesa virar turbante, Laura Ashley foi a estilista que levou essa padronagem de estampa, antes exclusiva na sua fabrica de tecidos decorativos, para a industria da moda. Bom, e com todas essas referências eu já tinha nosso tema: Reino Unido nos anos 70 e as estampas deveriam ter os elementos dessa época como frutas, flores, rendas e padronagens decorativas, porém sem cara de sofá, nem cara de ultrapassado e sim traduzido pra nossa atualidade.

Mesclar a inspiração da época com o moderno é muito importante pra não ficar literal.

E com tudo isso reunido, criei o painel semântico, que também tem outros nomes por aí, mas trata-se da mesma coisa, dispor pesquisas e referências lado a lado em um painel, facilitando visualmente durante todo o exercicío no processo de criação. esse é exatamente o que eu estou usando para a nossa:

 

 

Percebem as referências que eu citei acima? Porém quando eu falo de trazer pra atualidade, sua pesquisa não pode se limitar a uma única época. E foi buscando sobre frutas, que achei o artista Dennis Wojtkiewicz, natural de Ohio, e sua especialidade em fotorealismo.

Sim, essas frutas aí em cima são obras pintadas a mão, e não fotografadas, foi o que mais me impressionou no trabalho dele, essa riqueza de detalhes tão reais.

Por isso ele arrematou toda a idéia, e não poderia ficar de fora das nossas estampas, porém respeitando a identidade do artista, sem simplesmente copiar seu trabalho.

A partir daí, a criação dos modelos e estampas no meu caso é feito á mão, seja em colagem ou pintura esse desenvolvimento é feito no papel pra depois ser ajustado e complementado no computador.

Claro que tem estilista que já faz todo o processo no computador, mas essa é a minha forma, foi o jeito que eu aprendi e me adaptei a cada coleção.

Enfim, espero ter passado um pouco de como a moda é antes de virar produto, na minha opinião novamente, todo esse conceito só é valido na sua real forma. Simplesmente pular essa fase e ir direto pra cópia, só porque vende mais, é ir contra todo esse tipo de arte e tudo que a moda já evoluiu. Masss não podemos mudar o mundo não é? Fazendo nossa parte já é alguma coisa, rs rs!

O resultado você acompanha pelo nosso site em breve...

Enquanto isso, dá uma olhada no painel que eu fiz lá no Pinterest sobre esse tema. As fontes também estão por lá, dá pra pesquisar bastante:

https://br.pinterest.com/recabrino/poupée-inv16/

 

Até mais...


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